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“NON OMNIS MORIAR” |
Não morrerei por inteiro!
O aforismo idealizado para representar o sentido e pensamento da
Academia Paulista de Medicina Veterinária – APAMVET será o seguinte:
“non omnis moriar”, cujo significado na última flor do Lácio, como Olavo Bilac –
“o Príncipe dos Poetas Brasileiros” denominou o idioma português é
“não morrerei por inteiro”.
Com essas orgulhosas palavras Horácio concluiu sua Coletânea de Odes, no ano 20 d.C. certo de que sua obra lhe granjearia a imortalidade poética. A frase, ainda é famosa e citada para representar “status” de notoriedade imorredoura entre poetas e intelectuais de todos os tempos: o de uma obra superar, por sua fama, os limites, aparentemente, intransponíveis da morte de seu autor.
Por extensão esse apotegma, também, tem sido aplicado a quem conquistou notoriedade digna da imortalidade, por outro feito notável – não necessariamente de caráter poético e literário – ou mesmo, banalmente mortal, a propósito da lembrança que alguém ilustre deixou após sua morte.
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Notícias, Reportagens e Informações
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OS PARADOXAIS PROBLEMAS DA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA E
SUAS CONOTAÇÕES ECONÔMICAS, NO CONTEXTO MUNDIAL!!
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A crise econômica mundial é assunto predominante nas discussões
acadêmicas e principalmente na conjuntura comercial de nosso mundo
globalizado, onde se procura alguns itens que possam ser fundamentais para
o aumento das exportações de bens resultantes da agro indústria ou em
outras circunstâncias boquear as exportações – poderíamos dizer, de forma
jocosa, aproveitando a “onda” dos produtos de origem animal denominados
na mídia por carne de cavalo-boi: “onde se procura chifre em cabeça de
cavalo, ou seja um óbice para bloquear a exportação, particularmente dos
países, eternamente, emergentes”.
Por incrível que possa parecer, esses temas são discutidos nos Cadernos de
Economia dos jornais ou considerados por jornalistas da área econômica dos
programas de Rádio ou Televisão. Por outro lado, na opinião de inúmeros
colegas e confrades as Classes Profissionais dos Veterinários, Agrônomos e
Zootecnistas deveriam interferir nesses debates, sempre com o respaldo das
Entidades e instituições representativas desses profissionais da nossa
agropecuária.
Com o intuito de propiciar aos ilustres Confrades a possibilidade de tomar
conhecimento deste momentoso assunto, apresenta-se uma coletânea de
artigos publicados em Jornais e Revistas a-fim-de esclarecimentos dos
recentes acontecimentos.
Iniciamos, apresentando um significativo tema relacionado à Saúde
Pública, que face ao interesse de alguns Países têm impedido ou bloqueado a
exportação de carne do Brasil. Volta à baila, a detecção, há mais de dois
anos de um caso – no Paraná de Encefalopatia Espongiforme Bovina
(EEB), nome científico da doença da "vaca louca". Ao lado do registro de
enfermidades que comprometem a Produção e Sanidade dos Rebanhos
Animais ou que represente riscos à Saúde Pública se associou recentemente o
encontro na carne de Suínos resíduos perigosos para a saúde da população
consumidora. Os russos demandam que o Brasil adote um processo de
certificação para comprovar que a carne de porco destinada ao país não
contenha resíduos de ractopamina, um aditivo alimentar que reduz a
quantidade de gordura do produto. Destaque-se que esta substância é usada
nos Estados Unidos, mas vetada para uso como aditivo de rações animais
na Europa, na China e na Rússia.
INICIALMENTE CONSIDERAM-SE OS ARTIGOS REFERENTES À “VACA LOUCA”!
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Fiscal quer investigação sobre demora na confirmação de doença da vaca louca
VENILSON FERREIRA / BRASÍLIA
O Estado de S.Paulo – Cad. Economia p:B5 – 13-12-2012
(Presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Agropecuários diz que
categoria cumpriu seu papel, mas vê interferência no anúncio do resultado).
O presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Agropecuários (ANFFA
Sindical), Wilson Roberto Sá, acusou interferência nos procedimentos do
serviço brasileiro de defesa agropecuária para retardar o anúncio da
confirmação da presença do agente patogênico da doença da vaca louca na
fêmea bovina que morreu em dezembro de 2010 no Paraná.
Wilson Sá defendeu a categoria dos fiscais, dizendo que o serviço de
defesa, ao detectar a proteína responsável pela doença, "cumpriu seu papel de
guardião da saúde". Mas enfatizou que é preciso apurar a responsabilidade
pela demora de 14 meses na divulgação dos resultados.
Ele explicou que, pelos protocolos da defesa agropecuária, os resultados
deveriam ter sido
divulgados rapidamente,
pois na sequência do
exame obrigatório sobre
raiva bovina é realizados
outros para detectar
enfermidades como a
(EEB) - Encefalopatia
Espongiforme Bovina,
nome científico da "vaca
louca". "Para isso
dispomos de uma rede
de laboratórios", diz ele.
Ao ser questionado
sobre quem seria o
responsável pela
demora na divulgação
dos resultados, Sá disse
que, "com certeza, não
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foram os técnicos", sem responder se houve interesses econômicos ou
políticos. Ele lembra que o problema surgiu numa época conturbada no
Ministério da Agricultura, durante a gestão do ex-ministro Wagner Rossi, que
deixou o cargo em meio a denúncias de irregularidades.
Wilson Sá diz que para o sistema de defesa sanitária brasileiro se tornar
ainda mais eficiente é necessário aumentar o quadro de funcionários, a fim de
manter "o Brasil seguro diante das ameaças". Ele também defende a melhoria
das estruturas nas unidades da Federação, liberação de recursos e condições
favoráveis e dignas de trabalho para os fiscais agropecuários federais.
Outro lado. Ao justificar a demora na divulgação dos resultados, as
autoridades sanitárias afirmam que existem vários fatores que explicam por
que o caso não foi tratado como emergência, entre eles a idade do animal, que
tinha 13 anos e teve morte súbita, sem apresentar sintomas degenerativos da
EEB.
O primeiro exame deu negativo para a raiva e os dois seguintes deram
resultado contraditório para EEB. A demora seria explicada pelo fato de os
laboratórios terem realizado outros 1.500 testes. A confirmação da EEB só
ocorreu na semana passada, após os técnicos terem recebido o resultado dos
testes feitos por um laboratório de referência da enfermidade localizado em
WEYBGIDGE, na Inglaterra.
Viagem. O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da
Agricultura, Ênio Marques, viaja na próxima semana a Genebra, na Suíça,
onde se reunirá com diplomatas brasileiros que atuam na Organização Mundial
de Comércio (OMC), para repassar informações sobre a constatação da
presença do agente patogênico da doença da vaca louca num animal que
morreu no Paraná.
O governo brasileiro se baseia no comunicado da Organização Mundial
de Saúde Animal (OIE) para contestar as possíveis restrições e embargos às
importações brasileiras de carne bovina. Após receber relatório sobre a
ocorrência, a OIE manteve o status do Brasil de "risco insignificante" para
Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), o nome científico da enfermidade.
Marques ficará em Genebra nos dias 19 e 20 de dezembro. Na sextafeira
ele participa de reunião na OIE, para discutir a criação de um fundo global
de cooperação na área de saúde animal. Ele afirmou que o governo brasileiro
está pronto para dar explicações aos países importadores sobre o "caso, que é
único".
Carne brasileira segue com embargo russo
CLÁUDIA TREVISAN , enviada especial / MOSCOU
Para o - O Estado de S.Paulo – Cad. Economia p: B5 / 13-12-2012
A Rússia mantém o embargo às importações de carnes dos Estados do
Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, apesar de as autoridades
brasileiras terem anunciado a suspensão da medida no fim do mês passado.
Nota publicada no dia 23 de novembro no site do organismo responsável
pelo controle sanitário do país afirma que as compras "poderão ser retomadas",
mas só depois do estudo de documentos apresentados pelo governo brasileiro.
No dia 28, representantes do Ministério da Agricultura anunciaram no
Brasil que haviam chegado a um acordo com os russos para a suspensão do
embargo, depois de reunião em Moscou da qual participou o secretário de
Defesa Agropecuária, Ênio Marques.
Mas a versão dos russos do mesmo encontro é mais contida. O assunto
voltará a ser tratado hoje. "Nós continuamos sem exportar a partir desses três
Estados", disse Pedro de Camargo Neto, presidente executivo da Associação
Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS),
que está em Moscou.
A Rússia suspendeu as importações dos três Estados em junho de
2011, em uma medida que afetou 85 estabelecimentos. Os números relativos
ao comércio bilateral mostram o impacto das restrições. Em 2010, as
exportações para a Rússia do complexo-carnes somaram US$ 1,89 bilhão, o
equivalente a 46% dos embarques de US$ 4,2 bilhões.
Com o embargo aos Estados em 2011, as vendas anuais caíram para
US$ 1,5 bilhão, uma participação de 36% no total. A carne bovina conseguiu
patamar inalterado de US$ 1 bilhões, mas as exportações de suínos caíram de
US$ 645 milhões para US$ 391 milhões na comparação entre os dois anos.
Os russos também demandam que o Brasil adote um processo de
certificação para comprovar que a carne de porco destinada ao país não
contém ractopamina, um aditivo alimentar que reduz a quantidade de gordura
do produto. A substância é usada nos Estados Unidos, mas vetada na Europa,
na China e na Rússia.
O represente da ABIPECS disse que os produtores têm linhas
segregadas para os países que não aceitam a ractopamina, mas a Rússia
anunciou que passaria a exigir certificação desse processo a partir de 7 de
dezembro. O Brasil apresentou uma proposta e aguarda a posição de Moscou.
Rússia mantém embargo à carne, apesar de Dilma ...
CLÁUDIA TREVISAN, enviada especial / MOSCOU
Para o “O Estado de S.Paulo” – Caderno Economia p:B10 / 15-12-2012
(Representantes do setor esperavam anúncio de um acordo após reunião
entre Dilma e Putin, mas governo russo ainda analisa as informações).
A intervenção da presidente Dilma Rousseff não foi suficiente para
convencer o governo da Rússia a suspender o embargo à importação de carne
de três Estados brasileiros, em vigor há um ano e meio. Frustrando a
expectativa do setor de anúncio de um acordo, as autoridades de Moscou
disseram que ainda analisam documentos e informações apresentadas por
Brasília.
Em entrevista coletiva, Dilma disse que o Ministério da Agricultura do
Brasil "estava equivocado" quando informou a duas semanas que a Rússia
havia decidido retomar as importações de carnes
do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso.
Além do embargo russo, o Brasil enfrenta
problemas relacionados à confirmação de um
caso de doença da vaca louca em 2010, que
levou Japão, África do Sul e China a anunciarem
a interrupção das compras de carne bovina do
país.
A presidente disse que o governo está
investigando as razões do atraso de 14 meses na
divulgação do problema, que atingiu uma animal
do Paraná. A demora levantou suspeitas de falta de transparência e de
interferência na vigilância sanitária.
"No caso dos
últimos embargos, da
China e do Japão, nós
vamos batalhar primeiro
para esclarecer, porque
é um caso muito
localizado", declarou
Dilma. Em sua opinião,
as medidas são
"absolutamente
normais" e foram
tomadas pelos governos
desses países para
"proteger suas
populações".
Na tarde de ontem, a brasileira se reuniu com o presidente russo,
Vladimir Putin, a quem pediu o fim do embargo aos três Estados, imposto em
junho de 2011 em razão de supostos problemas sanitários sem nenhuma
relação com suspeitas de vaca louca.
Na entrevista, a presidente também se equivocou e sustentou que a
restrição atinge apenas carne suína - na verdade ela abrange bovinos, suínos e
frangos. "Expressei a expectativa pelo pronto restabelecimento do comércio de
carne suína do nosso país e do fim do embargo aos três Estados brasileiros",
disse a presidente ao lado de Putin depois do encontro que tiveram no Kremlin.
A presidente ressaltou que o lado russo "não tocou" no tema da vaca louca.
Antes da reunião de Dilma com Putin, representantes do setor de carnes
que integravam a delegação brasileira manifestaram a expectativa de que o
embargo seria suspenso. "Espero que a presidente ganhe de presente de
aniversário do presidente Putin a retomada das importações e a manutenção
das compras do Brasil", expressou o vice-presidente de Relações Institucionais
do GRUPO MARFRIG, João de Almeida Sampaio. A presidente completou 65
anos ontem.
Segundo ele, o impacto da suspensão da importação de carne
brasileiras por Japão, África do Sul e China é mínimo, já que eles respondem
por menos de 1% da vendas externas do setor. "Eu ficarei surpreso se o
embargo não for suspenso", disse Pedro de Camargo Neto, presidente
executivo da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Carne
Suína (ABIPECS), antes do encontro entre os presidentes.
Dilma não conseguiu o fim do embargo, mas obteve acordo no caso de
certificação de carne suína que levou à suspensão dos embarques há uma
semana. Os dois países aprovaram um processo de certificação pelo qual os
produtores comprovarão que os suínos exportados à Rússia não receberam
ractopamina - um aditivo alimentar que reduz a gordura e aumenta a
quantidade de carne no animal.
Principal destino. A Rússia é o principal o principal destino das
exportações brasileiras de carne bovina, com US$ 1 bilhão em 2011. Também
é o segundo maior comprador de carne suína (US$ 391 milhões no ano
passado) e está entre os principais importadores de frango (US$ 120 milhões).
No total, o setor respondeu por 36% das exportações de US$ 4,2 bilhões do
Brasil à Rússia no ano passado.
Na avaliação do representante da MARFRIG - que está entre os
principais produtores de carnes do Brasil -, houve "alarmismo e precipitação"
na decisão de Japão, África do Sul e China de suspender as importações do
Brasil.
'Vamos avaliar caso de vaca louca no Brasil'
ANDREI NETTO, Correspondente / Paris,
O Estado de S.Paulo; 21 de dezembro de 2012 Cad. Economia - p. B6
(Dirigente da OIE diz que o País será submetido a avaliação em fevereiro
para manter ou não status em relação à doença.)
O governo brasileiro terá de esperar até fevereiro para ter certeza de
que a Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE), com sede em Paris,
não vai rever o nível de alerta sobre a carne bovina do país. A advertência foi
feita pelo diretor-geral da entidade, Bernard Vallat, em entrevista ao Estado.
Segundo a autoridade, se nenhum novo caso de encefalopatia
espongiforme bovina (ESB) - ou doença da vaca louca - se manifestar no
rebanho brasileiro, todos os embargos anunciados terão de ser levantados.
Por outro lado, se os casos se multiplicarem nas próximas semanas o
status do Brasil, que hoje
apresenta "risco negligenciável" -
o mais baixo possível -, poderá ser
revisto.
A seguir, os principais
trechos da entrevista.
Países como Japão, China,
África do Sul ou ainda a Rússia
anunciaram embargos ou estudam
a possibilidade em razão de um
animal contaminado pela doença
da vaca louca no Brasil. Essa
decisão se justifica?
A vaca louca é a doença
mais complicada que existe no
mundo animal. Para avaliar o risco, temos de decidir baseados em
importações. É normal quando há um primeiro caso identificado que os países
importadores peçam informações muito detalhadas e parem de importar. É
uma prática internacional corrente. Essa prática deve cessar quando as
garantias de saúde animal forem dadas. Então a decisão final dos importadores
deve se basear nas disposições do código da OIE, que foi votado por todos os
países-membros.
Logo esse embargo precisa obedecer às disposições da OIE, que neste
momento não vê riscos elevados no Brasil. É isso?
As disposições fazem parte de um artigo do código da OIE votado pelos
países-membros. A OIE recebeu a declaração oficial do Brasil sobre o caso.
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Publicamos os detalhes da declaração de alerta. A etapa seguinte é a análise
do risco, da qual a OIE é encarregada. O Brasil é reconhecido entre os países
em risco negligenciável, a mais favorável categoria. A questão é se o Brasil vai
continuar nessa categoria. Temos uma comissão científica, com excelentes
experts internacionais, que vai se reunir em fevereiro, uma reunião já prevista
há muito tempo. Vamos submeter o Brasil a avaliação e decidir se vamos
manter ou alterar seu estado.
Qual seria a tendência hoje dessa análise?
Sabemos que um caso de ESB em um animal com idade avançada não
gera alteração de nossa análise de risco. Se for provado que o animal
identificado com ESB no Brasil tinha mais de 11 anos, não haverá razão para
alterar o status do país.
Então quais são as razões para esses países anunciarem embargos? O
sr. vê razões comerciais, além de questões de saúde?
Não sei quais são as razões. Mas quero frisar que é uma prática
corrente, ainda mais sobre um país com um status tão favorável quanto o
Brasil. Quero ressaltar algo aos consumidores: a carne vermelha não
representa nenhum risco aos consumidores. Órgãos ou outras partes podem
causar eventualmente representar, mas a carne vermelha é absolutamente
segura.
O animal identificado como portador da doença da vaca louca
aparentemente tinha 13 anos e morreu em 2010. O sr. vê negligência na
conduta do Ministério da Agricultura, que levou dois anos para informar o
problema?
Não sei. O Brasil levou dois anos para publicar o resultado, é verdade.
Mas não temos elementos para explicar por quê.
O Ministério da Agricultura do Brasil enviou uma missão para se reunir
com o sr. e com a direção da OIE em Paris. Qual é o resultado dessa reunião?
Já tivemos vários contatos com altos funcionários brasileiros e não
apenas uma reunião. Pedimos muitas informações para poder responder as
perguntas - em especial da imprensa, aliás. Temos uma troca contínua com o
delegado do Brasil na OIE, que fala em nome do país. As relações entre a OIE
e o Brasil foram sempre muito transparentes e eficazes.
Brasil pode ir à OMC no caso da vaca louca
O Estado de São Paulo
Cad. Economia p. B6 -22 de dezembro de 2012
Agencia Estado – Andrei Netto / Correspondente de Paris
(Japão, China, Coreia do Sul, África do Sul, Egito e Arábia
Saudita seriam denunciados.)
SÃO PAULO - O secretário da Defesa Agropecuária do Brasil, Ênio
Marques, fixou prazo até março de 2012 para que todos os países
retirem os embargos contra a carne bovina brasileira em razão do
caso de mal da vaca louca registrado em 2010 e revelado há poucas
semanas. Depois disso, disse Marques nesta sexta-feira, na sede da
Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE), em Paris, o país
vai denunciar esses países à Organização Mundial do Comércio
(OMC).
Por ora, Japão, China, Coreia do Sul, Egito,
África do Sul e Arábia Saudita impuseram
restrições à carne brasileira em razão de um caso
de contaminação pela proteína príon, agente da
encefalopatia esfongiforme bovina (BSE), mais
conhecida como mal da vaca louca.
O animal, de 13 anos de idade, não morreu
em função da doença. Mas amostras coletadas em
2010 na cidade de Sertanópolis, no interior do
Paraná, e analisadas em 2012 indicaram a
presença da proteína, despertando a mobilização
do Ministério da Agricultura em junho passado.
Informada oficialmente pelo
governo brasileiro, a OIE analisou o
caso e, apesar do longo tempo
transcorrido até a notificação da
comunidade internacional, não vê
razões para alterar o status do Brasil
na classificação de risco de epidemia
da doença. Junto de 18 outros, o
país integra a categoria "risco
negligenciável", a mais segura,
segundo a organização.
Certo de que não há razões
para embargos, o governo deve partir
para o ataque. Nas últimas semanas,
uma comitiva liderada por Ênio
Marques está fazendo uma cruzada internacional para explicar que o caso de
contaminação foi isolado, espontâneo - a proteína teria sido produzida pelo
próprio animal, e não ingerida - e sem consequências.
A estratégia de diálogo, que passa também pelo Ministério das Relações
Exteriores, deve ser usada até março. Se os embargos forem mantidos, o
Brasil partirá para o confronto contra esses países. "Se até março não
cancelarem os embargos, nós vamos apresentar uma reclamação formal à
Organização Mundial do Comércio (OMC)", disse Marques. "Março é nosso
deadline", afirmou o secretário.
De acordo com o secretário, o impacto econômico dos embargos ainda é
pequeno, já que o Egito, um grande importador de carne bovina brasileira, só
restringiu a compra da produção do Paraná. O prejuízo, porém, se agravará se
a Rússia vier a anunciar um boicote, porque o país é responsável por 20% do
1,1 milhão de toneladas de carne bovina exportadas pelo Brasil.
Outra preocupação é Hong Kong, que importa 13% do total, mas que por
ora não aderiu ao embargo chinês. Japão, China e África do Sul respondem
por entre 0,3% e 0,6% das exportações brasileiras de carne bovina. As
informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
País pode ir à OMC contra restrições à carne bovina
Noticia de Economia do “O Estado de São Paulo”: Cad. Economia o3-o1-2013 / p. B3
Renata Verissimo & Anne Warth
[O Brasil pode abrir contencioso na Organização Mundial de Comércio
(OMC) para derrubar restrições impostas por...]
O Brasil pode abrir contencioso na Organização Mundial de Comércio
(OMC) para derrubar restrições impostas por alguns países à carne bovina
nacional. A ministra interina do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres, disse que
o governo estuda o melhor instrumento para questionar as barreiras. "A
possibilidade de um contencioso nunca foi descartada. Não hesitaremos em
fazer, se tivermos de reduzir barreiras incompatíveis com as regras do
comércio internacional."
Alguns países impuseram embargos à carne brasileira por conta do caso
de mal da vaca louca registrado no fim de 2010. Apesar da doença, a ministra
argumentou que a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) mantém a
classificação da carne bovina nacional no grau de "risco negligenciável ou
insignificante", o mais seguro, segundo a instituição. "Se não há parâmetro de
risco sanitário, a barreira é considerada protecionista na OMC."
O Brasil acredita que a decisão de alguns países não tem respaldo no
risco sanitário. "Nossa preocupação já foi expressa no âmbito do órgão e as
consultas ocorrem o tempo todo", disse. Segundo ela, há problemas com
Japão, China, África do Sul, Arábia Saudita, Chile (em alguns produtos) e
Jordânia (para carne do Paraná). Até novembro, as barreiras afetaram 4,4%
das exportações de carne bovina.
Esta é a segunda ameaça do governo de ir à OMC. No mês passado, o
secretário de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, fixou prazo até março para
que os países retirem os embargos contra a carne bovina. Por enquanto, o
Ministério da Agricultura tem feito trabalho de esclarecimento aos países que
impuseram restrições, mas a preocupação já foi manifestada na OMC. / R.V. e
A.W.
Peru e Líbano proíbem a compra de carne brasileira
Lisandra Paraguassu
O Estado de S. Paulo - Cad. Economia: p. B7 em 04/01/2013
O Peru proibiu ontem a compra de carne bovina brasileira por 90 dias,
em razão da descoberta de um animal contaminado com a doença da vaca
louca, em 2010, no Paraná. Também foi confirmada a suspensão da
importação pelo Líbano, mas apenas restrita a produtos vindos do Paraná, e de
Taiwan, que anunciou a proibição no fim de dezembro.
Com os novos embargos já são nove os países que determinaram
algum tipo de restrição à carne brasileira, sendo o Peru o primeiro da América
do Sul.
Apesar da proximidade, o país não é um grande importador. Em 2012,
comprou do Brasil US$ 15,9 milhões em carne bovina, o que representou
0,08% das exportações brasileiras. Já o Líbano importa o equivalente a 1,5%
da carne vendida ao exterior. O valor é significativo, mas o Ministério da
Agricultura ainda não conseguiu determinar quanto disso sai do Paraná.
A decisão desses dois países, mesmo que limitadas, mostra; que ainda
não se encerrou o efeito dominó temido pelo Brasil. Apesar de, até agora, os
maiores importadores ainda não terem aderido ao embargo, à carne brasileira
continua sob suspeita, mesmo depois da rodada de explicações dadas por
técnicos do Ministério da Agricultura e por diplomatas brasileiros na
Orga-nização Mundial do Comércio (OMC) e em encontros com os: grandes
compradores, aumentando as chances de o governo fazer reclamação formal à
OMC.
Ontem, a ministra interina do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, Tatiana Prazeres, reafirmou que o governo já estuda qual o melhor
instru-mento para questionar as barreiras. No fim de dezembro, o secretário de
Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Ênio Marques, afirmou que o
governo esperaria até março antes de ape-lar para a OMC.
O Itamaraty trabalha com a intenção de iniciar as chamadas consultas
na OMC com os países que adotaram o embargo, um estágio anterior abertura
de um painel, uma queixa formal à organização.
FINALIZANDO CONSIDERAM-SE OS ARTIGOS
REFERENTES À PRODUÇÃO DE CARNE DO CAVALO-BOI
OU À FRAUDE CAVALAR – LASANHA BATIZADA
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A controvérsia ou polêmica que sempre aparece nas Relações
exteriores entre Países exportadores e importadores – ou vice-versa,
particularmente, na relação entre Nações Ricas e Países emergentes sempre
têm conotações distintas e às vezes subjacentes: 1 – Quando a origem do
problema localiza-se no País Emergente, todos estabelecem uma norma
restritiva, com o consequente bloqueio na exportação do produto,
particularmente se for produto de origem animal e destinado ao consumo
das populações. Particularmente, em relação aos problemas recém-surgidos,
nossos Dirigentes afirmaram: “Temos a opinião, as medidas são
‘absolutamente normais’ e foram tomadas pelos governos desses países para
"proteger suas populações", Mas, se não há parâmetro de risco sanitário, a
barreira é considerada protecionista na OMC. 2 – Porém quando, ao
contrario a origem da polêmica situa-se originalmente num País Emergente,
sempre existem dúvidas nas razões ou no fulcro da questão: será que houve
dissidia por incompetência técnica, por falta de dedicação ou desinteresse no
perfeito desempenho das funções ou ainda por atividades fraudulentas – as
decisões dos Países Emergentes sempre são colocadas em dúvidas e chegam a
dizer “não serem sérias”.
Isto posto, quando os desacertos de atuação nos países ditos sérios,
como foi a afirmação de um articulista da notícia, para tanto vamos
acompanhar a trajetória da matéria prima dos Hambúrgueres e Lasanhas
europeias, desde a Romênia (também um País Emergente, mas que em
momento algum rotulou sua carne de cavalo como se fosse carne de origem
bovina, mas que agora lhe querem atribuir a origem dessa atrapalhada
gastronômica e de Saúde Pública). Imagine a dificuldade para seguir o
périplo dessa carne que viajou para Chipre, Holanda, até fazer uma "parada"
na França e se transformar em lasanhas, bifes ou salsichas, antes de ser
encaminhado para outras fábricas para ser colocado em embalagens com
marcas tradicionais Tome-se como exemplo uma das marcas que
comercializaram a carne de cavalo era originária de empresa bastante
conhecida, que existe há mais de 50 anos - uma empresa sueca, portanto de
“honestidade garantida”! E, em alguns dias o "cavalo/bovino" passou a ser
encontrado em todos os açougues da Europa Ocidental e Escandinávia.
VEJAMOS AGORA COMO SAÍRAM AS NOTICIAS
FRAUDE DA CARNE DO CAVALO-BOI
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Como fazer carne bovina com um cavalo?
GILLES LAPUGE / Paris para Análise:
O Estado de S. Paulo - Cad. Economia p.B6 14 de fevereiro de 2013.
No início de janeiro foi descoberto que hambúrgueres do Burger King
continham vestígios de carne de cavalo. Mas no Reino Unido ninguém come
cavalo. Jamais. Seria um sacrilégio,
um "canibalismo", porque o cavalo
é a "mais nobre conquista do
homem".
Foi este o início de um enorme
escândalo sanitário que sacode a
Europa. Em alguns dias o
"cavalo/bovino" passou a ser
encontrado em todos os açougues,
de Oslo e Barcelona. Mas o mais
extraordinário têm sido suas
infernais complicações.
Simplificando a história, eis como o
cavalo assumiu o lugar da carne de
vaca nas mesas europeias.
Tudo começa com dois abatedouros romenos. Eles matam os cavalos porque
na Romênia há muitos cavalos e pouco gado, e a carne de cavalo custa duas
vezes menos do que a bovina. E os carregamentos do produto partiram para
uma aventura.
E perdemos a sua pista. A carne é revendida para intermediários holandeses,
depois para cipriotas e acaba sendo encontrada na França, numa fábrica de
alimentos congelados, a COMIGEL, uma poderosa empresa.
Mas o nome COMIGEL não é mencionado nos supermercados porque a
empresa é uma atacadista que revende seus produtos congelados para uma
dezena de outras marcas nos quatro cantos da Europa.
Imagine a dificuldade para seguir o périplo dessa carne que viajou para Chipre,
Holanda, até fazer uma "parada" na França e se transformar em lasanhas,
bifes ou salsichas, antes de ser encaminhado para outras fábricas para ser
colocado em embalagens com a marca FINDUS, PICARD, MONOPRIX, etc.
Em que momento ela foi rotulada como "carne bovina"? Aí está o mistério. E
nenhuma resposta.
Que comprador poderia imaginar um périplo como esse quando escolheu seu
produto? Mesmo os inspetores sanitários que pululam nos circuitos comerciais
europeus são incapazes de reconstituir o labirinto no fundo do qual o cavalo se
tornou bovino.
Se examinarmos o caso na outra ponta, vamos nos deparar com outro labirinto.
Tomemos como exemplo uma das marcas que comercializaram a carne de
cavalo, FINDUS, empresa bastante conhecida, que existe há 60 anos. Uma
empresa sueca, portanto de honestidade garantida.
Mas, quando começamos a pesquisar, tomamos conhecimento de que a
FINDUS não é mais sueca. Foi adquirida pela Nestlé suíça, que, por seu lado,
a revendeu para um fundo de investimento americano que cedeu a companhia
para outro fundo de investimento, desta vez inglês: o "LION CAPITAL". E este
fundo acabou de vender dois terços da sua participação para quatro credores,
entre eles o banco SOCIÉTÉ GÉNÉRALE e o JP MORGAN.
Tudo isso é burlesco. E desmoralizador. Esses périplos violam toda a lógica
que leva a população a consumir, apesar dos controles infinitos, estúpidos e
meticulosos, alimentos fraudulentos.
E há outro inconveniente, como ressalta o excelente editorialista do FIGARO,
Alain-Gerard Slama: "Esses imbróglios servirão de argumento para o
exército de contestatários e denunciadores, ou seja, para os inimigos, agora
mais convencidos do que nunca, do capitalismo, da Europa e da
globalização". / Tradução de TEREZINHA MARTINO
Em Londres, hambúrguer dá medo.
Cauteloso, consumidor londrino muda hábitos
alimentares e substitui a carne bovina por frango e
peixe, desde o escândalo envolvendo carne de cavalo.
Fernando Nakagawa – Correspondente de
Londres para O Estado de S. Paulo / Caderno Economia p.
B9 / 17-02-2013.
Ao sul do Rio Tâmisa, o supermercado está quase cheio. Alguns
carrinhos lotados, clientes com cestas nas mãos e filas nos caixas. O corredor
dos produtos congelados, porém, está diferente. Só há algumas lasanhas
vegetarianas. Os hambúrgueres sumiram. Ao lado, muitos olham para pratos
com frango e peixe.
Essa cautela do consumidor é o resultado mais visível da revelação de
que a carne de cavalo está sendo usada irregularmente no lugar da bovina na
Europa. Mas, muito mais que mudar o cardápio do jantar, o escândalo lança
dúvidas sobre a indústria de alimentos na Europa e a busca incessante pelo
menor preço.
O escândalo alimentar que se espalha pela Europa começou há um mês
no Reino Unido. Em meados de janeiro, testes revelaram traços de DNA de
cavalo em hambúrgueres vendidos em supermercados da Inglaterra e Irlanda.
De 27 amostras, dez estavam contaminadas. No caixa, porém, todas diziam
que o hambúrguer era de carne bovina.
Ao classificar a situação como "inconcebível", a primeira reação do
governo foi exigir testes. O resultado, porém, não foi animador. Em 7 de
fevereiro, descobriu-se que lasanhas congeladas vendidas na Inglaterra -
supostamente de carne bovina - tinham "até 100% de carne de cavalo". O
escândalo ganhou tom internacional: os pratos eram fabricados por uma
empresa francesa.
Preços populares
Desde o estouro da crise nos Estados Unidos em
2008, a economia da Europa passa por maus
momentos: países em contração, desemprego e
cortes de gastos nas famílias. Nesse contexto, o
varejo britânico deu uma guinada para o desconto.
Nos últimos anos, supermercados de desconto como
o ICELAND, que se orgulha de vender praticamente
todos os produtos por uma (1) libra - cerca de três
reais (R$ 3,00) -
tiveram rápida
expansão.
Para não perder
clientes, as redes
tradicionais tiveram de
reagir. Assim, além das
marcas próprias,
varejistas inglesas
passaram a apostar em
linhas ainda mais
baratas.
O TESCO, o
maior supermercado
inglês, por exemplo, lançou no ano passado a linha "Everyday Value", que
oferece preços menores que os produtos da marca "TESCO". Fabricantes de
alimentos, por sua vez, também reagiram e lançaram novos produtos mais
populares para não perder a disputa.
Entre os produtos contaminados com carne de cavalo descobertos até agora,
todos têm uma coincidência: são marcas agressivas nos preços. A lasanha de
carne da FINDUS, que continha até 100% de carne de cavalo, por exemplo,
custava em média 1,50 libra - cerca de R$ 4,50. Em promoção, era encontrada
facilmente por uma (1) libra. Marcas líderes podem custar até cinco (5) libras.
Já a caixa com oito hambúrgueres Everyday Value era vendida a uma
(1) libra no TESCO. Na verdade, era a resposta à concorrente ICELAND, do
mesmo preço. Reprovados nos testes, esses produtos não estão mais nas
gôndolas.
Especialistas dizem que não há milagre. "A pressão para vender mais
barato levou comerciantes desonestos a usar a carne de cavalo", disse a
pesquisadora de cadeias de fornecimento da Universidade de Birmingham,
Pamela Robinson. "A atual crise nos alimentos industrializados revela que a
comida era muito barata no Reino Unido. Temos de reconhecer que, se queremos uma
comida de boa qualidade, temos de pagar por isso."
A pressão por preço é repassada aos fornecedores. Por isso, criam-se
cadeias de fornecimento complexas. A lasanha FINDUS, por exemplo,
passava direta ou indiretamente por cinco países antes de chegar a um
supermercado inglês.
Com tantas etapas, é mais difícil fiscalizar e mais difícil ainda encontrar
um culpado. Diante da crise, Pamela Robinson sentencia: "A época da comida
barata acabou na Inglaterra." Para ela, quando os hambúrgueres e lasanhas
voltarem às prateleiras, os preços serão maiores ou os produtos, menores.
EUROPEUS TEMEM DESCONTROLE ALIMENTAR
ANDREI NETTO, CORRESPONDENTE / PARIS
para O Estado de S.Paulo Caderno Economia p. B6
para O Estado de S.Paulo Caderno Economia p. B6
Escândalo da carne de cavalo ganha proporções maiores e mais produtos
têm as vendas suspensas; rede de tráfico já envolve cinco países
Escândalo da carne de cavalo ganha proporções maiores e mais produtos
têm as vendas suspensas; rede de tráfico já envolve cinco países.
O escândalo envolvendo o comércio irregular de carne de cavalo não para de
crescer de proporções na Europa. As autoridades sanitárias da França
cancelaram ontem a autorização de venda de produtos da marca
SPANGHERO, fornecedor da carne da fabricante de congelados FINDUS.
O caso, descoberto no Reino Unido, já envolve a França, a Romênia - país de
procedência da carne - e a Holanda, onde trabalhariam intermediários
responsáveis pelo tráfico, além de dez países em que carne equina foi
consumida em lugar de bovina.
Ontem, a Direção Geral da Concorrência, o Consumo e a Repressão de
Fraudes (DGCCRF) da França acusou a SPANGHERO de "fraude
econômica". Por ordem do Ministério da Economia Social e do Consumo, as
autorizações da marca foram suspensas pela vigilância sanitária, obrigando a
empresa a anular os trabalhos em sua linha de tratamento de carne.
Além disso, as autoridades sanitárias da Europa estão realizando 2,5 mil testes
de DNA em todo o continente para identificar a eventual presença de carne de
cavalo nos produtos.
"A SPANGHERO sabia que revendia carne equina como carne bovina, que lhe
chegou com etiqueta aduaneira correspondente", acusou o Ministro da
Economia Social, Benoit Hamon.
Segundo a companhia, seus profissionais não reconheceram o código de
comercialização da carne, 0205 XXXX, como referente a produto de origem
equina. Na Europa, os códigos de carne bovina são 0201 XXXX e 0202 XXXX.
Conforme a Direção Geral da Concorrência, essas indicações são de domínio
dos profissionais desse setor da economia.
Segundo o presidente da companhia, BARTHÉLÉMY AGUERRE, não teria havido
má-fé de parte da SPANGHERO na distribuição da carne errada. "Para nós, o
código de oito números não correspondia a um código aduaneiro", justificou
Aguerre. "Se tivéssemos querido fraudar, nós teríamos trocado as etiquetas de
código."
De acordo com o executivo, o escândalo põe em perigo a própria existência do
frigorífico, situado na cidade de Castelnaudary, no sul da França, junto à
fronteira com a Espanha. "O
governo coloca em perigo 300
pessoas que trabalham na
SPANGHERO", afirmou,
reclamando da proibição de venda
sem que haja risco sanitário.
Pânico. Em Bruxelas, o Comissário
Europeu de Saúde, Tonio Borg,
convocou a imprensa para
esclarecer que o escândalo não
configura uma crise de segurança
alimentar, já que não há risco no
consumo. "Nós não devemos semear o
pânico", exortou. O problema é que as suspeitas de fraude despertaram temor
na população, ainda traumatizada pelo mal da vaca louca no Reino Unido.
Consumidores acusam as autoridades sanitárias de falta de controle sobre os
alimentos na Europa.
Como consequência, empresas do setor temem uma crise econômica causada
pela queda nas vendas. Produtos como lasanhas, canelones e massas
congeladas em geral vêm sendo retirados das prateleiras de grandes redes
supermercadistas da França, como CARREFOUR, MONOPRIX e PICARD.
Essa situação se reproduz em outros países da Europa.
O consumo de carne de cavalo é um hábito difundido na França, mas é
reprovado pela maioria dos consumidores em outros países, como o Reino
Unido, onde a Agência de Segurança Alimentar localizou ontem traços desse
tipo de carne em 29 produtos, entre 2,5 mil investigados.
Alimentos congelados suspeitos também vêm sendo analisados em países
como a Áustria, a Noruega e a Dinamarca. O caso ganha características de
escândalo porque um outro frigorífico, desta vez na Holanda, também foi
descoberto misturando carnes equina e bovina para baixar custos. Nos dois
casos, a procedência do produto é a mesma: a Romênia.
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